Aos Mestres, com carinho!

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Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

quarta-feira, 16 de abril de 2014

NÃO SEI SE É VÍRUS

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Não sei se é vírus,
Bactéria,
Ou outra forma de vida
Ou de não vida.

Só sei que a depressão
Está comendo meu fígado.

Existe apenas um único remédio,
Um único antídoto:
A solidariedade!

Mas, na sociedade capitalista
Em que sobrevivo e cumpro pena,
A solidariedade é caçada,
Qual uma barata imunda,
Por ditadores, banqueiros, financistas,
Pela imprensa livre,
Por reizinhos, como aquele fascista espanhol,
E pela violenta e religiosa classe média.

Sei apenas que a depressão
Está comendo o meu fígado.

O fígado tem a função de destilar
Alegria,
Foi o órgão criado com mais
Carinho por Baco, quando, embriagado,
Resolveu moldar, homem e mulher, do vinho.

Não sei se meu fígado resistirá,
- pois a depressão o está devorando –
Se voltarei a beber e rir com os amigos,
Sonhar com uma sociedade mais justa:
Socialista, comunista, anárquica.

Quando isto acontecer,
Homens e mulheres aprenderão
A cultivar a solidariedade,
Que nos ensinar a amar
- mas de um amor que ainda não conhecemos -
Ao próximo como a nós mesmos.

E neste dia,
Que festa, que júbilo, que alegria!
Sei que não estarei vivo quando isto acontecer,
Pois, a depressão está comendo o meu fígado,
E sei que não resistirei.

Onde o remédio?
Onde o antídoto?
Onde a solidariedade?
Onde o amor pleno, que ainda não conhecemos?

(Itárcio Ferreira)

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