Nuvens com cabeça de
cavalo, bandeiras
& flâmulas atadas
ao negrume
Das chaminés na névoa
pantanosa.
Da brevíssima
tranquilidade verde
Alguns chamados de
aves noturnas
Navio à vista, navio à
vista!
Pressiono o rosto
contra a janela
Do táxi. Outra vez
aqui, face a face
Com uma fosforescência
morta;
A cidade inteira
cheira
Como o ódio mais
antigo do mundo.
Escabroso resíduo
acocorando sob
Pelo amanhecer, como a
carga
De um navio fantasma
de partida para a Gália.
Vidro fresco contra a
minha face
Me traz de volta da
negra escuna
No mar atemporal -
tudo
Ofuscado pelas luzes
do teatro
Piscando atrás do
nublado
Comércio de
engrenagens, de produtos químicos
Que transformam os
trabalhadores em celulose
Quando eles caem em
cubas
De serenidade
vaporosa.
Yusef Komunyakaa
Tradução de Leonardo Morais